Quem trabalha com TI sabe como é difícil apresentar relatórios para quem não entende de tecnologia. E o motivo é bem simples: os documentos costumam estar recheados de números e de termos técnicos.
Não é fácil explicar o que é, por exemplo, “20% de bounce rate” ou “uma melhoria de 35% em um dos key performance indicators” quando a pessoa não sabe o isso significa. Por isso, muitas empresas e profissionais estão apostando em uma nova maneira de apresentar essas informações: o data storytelling.
Mas, afinal, o que é data storytelling? Como isso pode fazer com que o seu negócio venda mais? É o que vamos descobrir neste post. Acompanhe:
O que é data storytelling
Se traduzirmos “data storytelling” para o português, temos algo como “contar histórias com dados”. Essa expressão representa bem a ideia de data storytelling, mas não o faz de maneira completa.
No universo do marketing, onde surgiu o termo, o storytelling não diz respeito a qualquer história que possa ser contada. A ideia, aqui, é contar uma história vendável e que traga resultados para um negócio.
Portanto, quando pensamos em fazer isso com dados, é importante que os números sejam vistos como personagens ou que tenham um significado por trás de alguma estatística.
Por exemplo: se olharmos estes dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre índices de natalidade e de mortalidade no Brasil, poderemos ver uma série de números que, grosso modo, podem não significar muita coisa.
No entanto, quando os transformamos em uma história em vez de apenas apresentá-los, chegamos a conclusões como “agora os brasileiros estão vivendo mais tempo” e até mesmo “atualmente, as famílias estão tendo menos filhos”.
Isso é mais do que interpretação, isso é saber contar algo por meio de números. Mas por que é tão interessante transformar os dados em histórias?
Os benefícios das histórias que os dados contam
No vídeo “Persuasion and the power of story”, a professora de marketing da Universidade de Stanford, Jennifer L.Aaker, explica que as informações são memorizadas e interpretadas pelo nosso cérebro de maneira mais eficiente quando são apresentadas em forma de história.
E aí essas histórias podem ser contadas tanto por estatísticas narradas — como no exemplo que listamos sobre os dados do IBGE — quanto por instrumentos visuais — também conhecidos como “data visualization”.
Ainda segundo esta coluna publicada no jornal The New York Times, a facilidade em interpretar histórias acontece porque as narrativas ativam algumas regiões do cérebro — como a parte da memória — que apenas a visualização de números não consegue ativar.
Por isso, ao usar o data storytelling em apresentações para stakeholders, gerentes podem alcançar ótimos resultados. Existem, inclusive, exemplos de empresas que estão aproveitando o data storytelling para apresentar os seus números de forma mais atrativa. Veja:
3 exemplos do uso do data storytelling
Se tem uma organização que sabe como apresentar os seus dados de maneira bem-feita, essa empresa é o Google. E por isso mesmo ela é responsável não apenas por 1, mas por 3 bons exemplos de como trabalhar com o data storytelling:
O 1º deles é a apresentação “The customer journey to online purchase”, na qual eles mostram como é a jornada de compra dos clientes dentro dos e-commerces hoje em dia.
Este outro caso, do profissional de TI Daniel Waisberg, mostra como criar interessantes visualizações de dados ao misturar os resultados do Google Analytics com a ferramenta Fusion Tables, também do Google.
Por fim, há este vídeo produzido pela empresa no final de 2015 para mostrar algumas das buscas mais realizadas ao longo do ano e como essas pesquisas representavam o comportamento das pessoas durante os 12 meses que então haviam acabado de passar.
The Wall Street Journal
Para criar um especial sobre como poderia ser o mundo em 2050, a equipe de reportagem do jornal The Wall Street Journal reuniu vários dados, pesquisas e números. No fim, eles transformaram todas as informações em um ótimo exemplo de data storytelling.
Bloomberg
Também do jornalismo vem este hotsite animado que a empresa de tecnologia Bloomberg fez para explicar o interessante declínio do consumo de petróleo nos Estados Unidos. Os autores se basearam em informações e em números do mercado e da indústria petroquímica no país.
3 dicas para criar a sua própria história com dados
Gostou da ideia de data storytelling e quer usar esse conceito para vender mais? Então confira essas 3 dicas que separamos para você entender como transformar os dados em boas histórias:
Encontre a narrativa por trás dos números
Sempre existem histórias por trás dos números. No entanto, é importante saber como ligar uma história em outra e montar uma narrativa.
Se uma informação for muito desconexa da outra, é porque ou você não achou a sua história ou porque será necessário um trabalho de análise exploratória de dados (AED) para ir ainda mais fundo dentro daquelas informações.
Conte a história certa para a sua audiência
Qual será a audiência da sua história: executivos, gerentes, especialistas ou o público “comum”? É extremamente importante saber quem vai consumir a sua narrativa para que ela tenha os dados e o tom corretos.
Não corte os dados
Em uma apresentação de dados é muito importante ter uma visão geral da informações, seja por meio de histórias ou não.
Ao seguir essas 3 dicas, você poderá, com certeza, apresentar as suas histórias da melhor maneira possível para os investidores e os clientes.
Como você pôde ver por aqui, quando você ou a sua empresa transforma os dados em histórias por meio do data storytelling, é possível fazer com que mais pessoas:
- entendam o que acontece por trás dos números;
- memorizem as informações mais facilmente;
- e compreendam o valor real dos dados.
Portanto, da próxima vez que for apresentar os seus relatórios, não se esqueça de encontrar a narrativa ideal que existe por trás deles.
Você gostou deste post? Ficou com alguma dúvida a respeito do data storytelling? Então conte para a gente qual é a sua opinião ou a sua questão em nosso campo de comentários.